Senso comum x senso crítico, pensamento mítico x pensamento filosófico-científico, pré-socráticos e heráclito e éfeso.

2055 palavras 9 páginas
O Senso comum e o Senso Crítico

Num discurso corrente, a filosofia é designada como concepção da realidade ao nosso redor. Porém, é equivocado dizer que filosofia é apenas “olhar” a realidade. A filosofia possui um senso crítico e não um senso comum. O senso comum é acrítico. Ao exercer o senso comum, a consciência do homem cotidiano se contenta em tomar como realidade o que é aparente. Ou seja, a sua consciência acha que o mundo é exatamente o que percebemos através dos sentidos. Esse tipo de senso é frágil e circunstancial, ele não busca a reflexão: o que nos faz crer que o mundo é o que aparenta ser? O que torna possível o conhecimento do mundo? A filosofia nasce no senso crítico. O que é, portanto, ter um senso crítico? Ter um senso crítico é renunciar ao modo “ingênuo” de ver as coisas. Nem sempre aquilo que vemos, realmente é aquilo. Se pararmos para pensar e analisar, descobriremos outros pontos de vista, outros significados que os nossos sentidos não captam. Do ponto de vista do que é revelado, a realidade é bastante heterogênea. Ao invés de tomar o aparente como realidade, o senso crítico promove uma reflexão: o que é aparência? O que é realidade? Como saber que estou diante da aparência do aparente e não da aparência da realidade? O que está na fronteira da distinção entre aparência e realidade? Como saber qual o limite entre as duas? Na medida em que estas questões são movidas, detemo-nos diante do que é meramente aparente e lançamos a reflexão sobre a aparência e a realidade. Retire a possibilidade do erro e a distinção entre aparência e realidade desaparece e sem essa possibilidade de errar, o organismo não evolui. Ver o mundo com um senso crítico exige uma espécie de conversão. Ao adotarmos o senso crítico, buscamos pela verdade máxima e pela liberdade que ela nos traz. Como saber quando temos a nossa liberdade? Quando estamos diante do livre-arbítrio ou quando estamos diante da verdade? No livre-arbítrio sempre há opções, e quando

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