senso comum em o carteiro e o poeta
“Existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas). Os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Antes de mais nada, é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor que as outras.”
Rubem Alves em: Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e a suas regras
É muito comum em nossa sociedade o cientista ser visto como aquele sujeito que sabe de tudo. Para muitas pessoas ele é considerado o dono da verdade absoluta. Sobre este assunto Rubem Alves escreve em seu livro Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e a Suas Regras, o seguinte: “ A ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir. E essa é a razão por que não existe nela nada de misterioso ou extraordinário”. A investigação Científica somente possui suas regras e caminhos próprios.
No filme “O Carteiro e o Poeta”, o carteiro representa o conhecimento do senso comum e o poeta representa o conhecimento científico. Na minha percepção um trecho do filme exemplifica bem esta questão: Mário, o carteiro vai ao local onde sua amada Beatrice trabalha. Ali, Mário vivencia um momento especial com Beatrice, estabelecido essencialmente pelas suas emoções e subjetividade. Mário leva dali uma bolinha, objeto carregado de significado para ele, pois havia sido tocada por Beatrice.
Depois de viver este momento tão importante em sua vida, Mario solicita a Pablo, o poeta, especialista em criar poemas, que faça um poema para sua amada Beatrice. Mario acredita que o poeta tenha o conhecimento ou a fórmula para conquistar as mulheres, e portanto seria o único que poderia ajudá-lo a conquistar Beatrice, já que ele próprio, Mario, se considerava incapaz de conseguir tal objetivo. O poeta se recusa argumentando que precisa conhecer o objeto do seu desejo para que este lhe inspire a escrever o poema, no que Mario mostra a bolinha ao poeta,