Senhor
CEUMA
Estabilização, reformas e desequilíbrios macroeconômicos: os anos FHC.
GOVERNODEFERNANDO HENRIQUE CARDOSO
O primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso começa com uma economia em processo de superaquecimento, mas ainda amedrontada pelo fracasso do Plano Collor e o problema de um aumento do consumo mal administrado. Além disso, ao longe avistava a crise do México com a desvalorização de sua balança de pagamentos e a possibilidade de o Brasil ser o próximo país com câmbio rígido que poderia passar por crise. E finalmente as reservas internacionais do Brasil caíram de US$ 43 bilhões em junho de 1994 para US$ 34 bilhões em março de 1995, e a inflação brasileira estava resistente à queda.
GESTÂO E AS PRIVATIZAÇÕES FHC
As privatizações, na gestão FHC, caracterizaram-se pela venda de empresas prestadoras de serviços públicos, com ênfase nas áreas de telecomunicações e energia. Essas operações, por sua vez, foram marcadas por uma nova mudança de porte das empresas (em relação às privatizações de 1991-1994), o que se demonstra pelo vulto do total arrecadado.
Em particular, durante o primeiro governo FHC, marcado por um déficit primário das contas públicas e por déficits em conta corrente expressivos, a privatização era funcional à política econômica, pois ela, como já foi dito, simultaneamente: permitia que os elevados déficits públicos do período não pressionassem mais ainda a dívida pública; e garantia financiamento firme para parte do desequilíbrio da conta corrente.
Seja como for, a receita acumulada da venda de empresas estatais atingiu cerca de US$ 100 bilhões, com picos anuais de US$ 28 bilhões em 1997 e de US$ 38 bilhões em 1998, conforme dados do BNDES.
Lado positivo: Primeiro, a dívida pública foi favoravelmente afetada, no sentido de que sem a privatização ela seria maior ainda. Segundo, na maioria dos casos, as empresas ficaram em melhor situação e se tornaram