Senhor
Gaston, Bachelard.
A NOÇÃO DE OBSTÁCULO EPISTEMOLÓGICO
PLANO DA OBRA
“Quando se procuram as condições psicológicas do progresso da ciência, logo se chega à convicção de que é em termos de obstáculos que o problema do conhecimento científico deve ser colocado. E não se trata de considerar obstáculos externos, como a complexidade (Alusão à Morin?) e a fugacidade dos fenômenos, nem de incriminar a fragilidade dos sentidos e do espírito humano: é no âmago do próprio ato de conhecer que aparecem, por uma espécie de imperativo funcional, lentidões e conflitos. É aí que mostraremos causas de estagnação e até de regressão, detectaremos causas de inércia às quais daremos o nome de obstáculos epistemológicos” (p.17).
O primeiro obstáculo é a opinião, o espírito cientifíco impede que formulemos uma opinião sobre o que não conhecemos exatamente.
A aceitação e uso constante de uma idéia a torna indevidamente valorizada. Há um momento em que preferimos as respostas (instinto conservativo), confirmação de nosso saber e não perguntas que originam novos saberes (instinto formativo). E nesse ponto que cessa o crescimento do aprendizado.
“Em todas as ciências rigorosas, um pensamento inquieto desconfia das identidades mais ou menos aparentes e exige sem cessar mais precisão e, por conseguinte, mais ocasião de distinguir O homem movido pelo espírito científico deseja saber, mas para, imediatamente, melhor questionar” (p.21).
Não devemos colocar em primeira mão o fato de adquirir uma cultura experimental, mas sim de mudar de cultura experimental, de derrubar os obstáculos já sedimentados pela vida cotidiana. Assim, a cultura científica deve começar por uma catarse intelectual e afetiva.
O PRIMEIRO OBSTÁCULO: A EXPERIÊNCIA PRIMEIRA
Na formação do espírito científico, o primeiro obstáculo é a experiência primeira, a