Senhor dos anéis - a sociedade do anel
Estudo sobre o filme “O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel”
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INTRODUÇÃO
A ficção pode criar tudo aquilo que a imaginação conseguir fabricar e o autor expressar em palavras, ou em meio audiovisual. Materializar a narrativa em meio fílmico, porém, implica no problema de (re) construir as formas e os conteúdos fantásticos. Como realizar essa tarefa? A resposta precisa ser encontrada pela direção artística, com soluções que ela e uma equipe técnica encontrarão para realizar a transposição do texto do romance para o meio fílmico.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujos materiais de apoio consistem também na análise de entrevistas, depoimentos e extras do filme sobre o processo criativo. Além de possibilitar um aprofundamento no que concerne ao trabalho da direção de arte justifica-se também este estudo por ampliar o diálogo entre letras e artes, com a aproximação das linguagens literária e artística no campo de processos criativos.
Sobre o misterioso e fantástico mundo de Tolkien:
Como se trata do original adaptado da literatura, o autor traz importantes conceitos sobre obra literária. Para ele “na acepção lata, literatura é tudo o que aparece fixado por meio de letras – obras científicas, reportagens, receitas de cozinha. Dentro deste vasto campo das letras, as belas letras representam um setor restrito.”
Percebe-se que, segundo ele, as chamadas belas letras são determinadas pelo caráter fictício ou imaginário que apresentam. Porém ele problematiza a questão de que há literatura ficcional “... de baixo nível estético, de grande pobreza imaginativa (clichês) e ainda sem mobilização de todos os recursos da língua, assim como de muitos outros elementos da composição literária.” Diante disso, estabelece que a utilização qualitativa desses recursos é indispensável, pois constituem a “obra- de- arte literária”. Ele afirma que “deve-se admitir amplas zonas de transição em que situariam obras de grande poder precisão verbais, na medida