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O caso de Steve Jobs, no entanto, é incomum. Jobs não é um artista. Não é músico ou ator. Na verdade, ele não passa de um empresário. Ainda assim, sua imagem, a empresa que ele fundou e os produtos que criou, de alguma forma, causam certa mágica sobre os consumidos e a população em geral. Mesmo após ler sua história, fica difícil entender o motivo dessa força. O lançamento de sua biografia autorizada – que está atualmente em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do país – é um exemplo disso. Com o lançamento poucos dias após a morte de Jobs (a publicação chegou às livrarias em 24/10), o livro, escrito pelo respeitado biógrafo Walter Isaacson, parece um mero produto oportuno. Sim, ele teve o lançamento mundial antecipado – era previsto apenas para novembro. Mas a verdade é que essa biografia estava sendo escrita há mais de dois anos, desde que Jobs começou a apresentar sinais de que sua doença não o deixaria viver por muito tempo. Segundo o autor, ele sabia que as pessoas iam destroçar sua história quando ele não estivesse mais aqui, então quis deixar sua versão oficial. O momento não poderia ser mais adequado.
Sempre desconfio de biografias autorizadas. O motivo é óbvio. Se o personagem central autorizou o livro, a versão contada é a que melhor favorece a ele, não? É aquela em que ele aparece como um herói, uma pessoa boazinha e admirável, certo? Não necessariamente. No caso no presente livro, fica evidente que o autor foi o mais fiel e sincero possível. Primeiro: Isaacson afirma que Jobs não leu nenhuma