Semiologia Psiquiatrica
Os dados necessários à História Clínica Psiquiátrica e ao Exame do Estado Mental, são obtidos, basicamente através da entrevista psiquiátrica, estando sujeitos à influência de inúmeras variáveis, relacionadas ao entrevistador, ao entrevistado (paciente, familiar ou outro informante), à interação entre eles e ao ambiente onde o exame está sendo realizado.
Características do entrevistador, como suas crenças, valores, sensibilidade, estado emocional no momento da entrevista e outras, podem interferir nos fenômenos observados. A forma como uma pergunta é formulada, o tom de voz utilizado, um olhar, um gesto, poderão orientar a resposta do paciente.
Variáveis do paciente, também interferem na obtenção dos dados, por exemplo, sua motivação em relação ao exame. Se o paciente procurou ajuda, espontaneamente, pode-se esperar que tenha uma certa preocupação com seu estado e uma predisposição maior em colaborar. A situação daquele que foi trazido contra sua vontade é, seguramente bem diversa.
A interação entre o entrevistador e o paciente, não se constitui, necessariamente, numa distorção das condições “naturais” de observação, se considerarmos que a conduta humana ocorre sempre “num contexto de vínculos e relações humanas” e não isoladamente.
Assim, a situação de entrevista psiquiátrica constitui-se numa forma particular de interação, que ocorre dentro de um campo delimitado pelos seus objetivos, adquirindo características próprias. Um dos integrantes deste relacionamento é um profissional, que deve usar seus conhecimentos para entender o que está acontecendo com o outro e que deverá interagir de acordo com esta compreensão. O paciente, por outro lado, necessita e, em geral, espera obter auxílio do profissional, o que deve estimulá-lo a falar e refletir sobre si mesmo, ainda que, o paciente psiquiátrico ao mesmo tempo em que está motivado para revelar-se, pode ocultar sentimentos íntimos, por conta de suas defesas psíquicas. De qualquer forma, a interação é uma