Seminario Genetica
Hipertireoidismo congênito não autoimune grave associado com uma mutação no domínio extracelular do gene receptor da tirotro!na
SUMÁRIO
Mutações ativadoras no gene receptor de TSH (TSHR) foram identificadas como a base molecular do hipertireoidismo congênito não autoimune. Descrevemos os achados clínicos e acaracterização molecular de uma menina que apresentou hipertireoidismo autoimune grave desde o nascimento, nascida de uma mãe com desordem tiroidiana autoimune. Tratada com metilmercaptoimidazol e -bloqueadores, ela permaneceu com hipertiroidismo e necessitou de tiroidectomia total. A !m de caracterizar a presença da mutação ativadora, foram analisados toda a sequência codificadora assim como os extremos dos íntrons e éxons do gene TSHR. A paciente era heterozigota para a mutação p.Ser281Asn e para o polimor!smo p.Asp-
727Glu. Essa mutação recorrente, p.Ser281Asn, caracterizada in vitro pelo aumento da produção basal de cAMP, é a única variante genética ativadora da linhagem germinativa descrita até hoje no domínio extracelular do receptor de TSH. Interessantemente, a mãe da paciente apresentou hipertireoidismo sem qualquer mutação ativadora do gene TSHR. Embora o hipertireoidismo congênito não autoimune seja uma condição rara, ele deve ser investigado quando há persistência da doença grave, mesmo em um recém-nascido de uma mãe com hipertireoidismo autoimune, a !m de se diferenciar o caso da forma mais comum da doença autoimune congênita.
INTRODUÇÃO
Hipertireoidismo neonatal é uma doença rara que afeta cerca de uma em cada 50 mil recém-nascidos (1). É geralmente causada pela passagem transplacentária de TSH anticorpos estimulantes do receptor (TRAb) em mulheres com história da doença de Graves ou, mais raramente, Hashimoto tireoidite (2). A doença neonatal é observada dentro os dias! rst de vida, exigindo tratamento imediato porque