SEMIN RIO O ESTADO ROMANO
Quando a Grécia foi conquistada pelos romanos, no século II a.C., a prática médica ficou entregue aos gregos, para desgosto de muitos romanos. Plínio, por exemplo, criticava a racionalidade grega, lembrando que durante 600 anos Roma não tivera médicos e resolvera muito bem seus problemas de saúde utilizando-se de remédios como cera de ouvido, substâncias extraídas de crocodilos e de cadáveres humanos. Ele negava, acima de tudo, o modelo de conhecimento grego. A própria palavra “conhecimento” em latim, língua falada pelos romanos, tem origem grega. Em latim não existia uma palavra para “conhecimento”. É como se, por exemplo, não existisse a palavra giz em português. Cada vez que fôssemos falar de um giz teríamos de dizer “aquele objeto que serve para escrever na lousa”. Cada vez que os romanos quisessem definir conhecimento teriam de agrupar diversas palavras.
Quando os romanos dominaram a Grécia, muitos gregos tornaram-se professores-escravos dos romanos. Em grego, conhecimento se diz gnose. O prefixo latino co é muito comum na língua portuguesa. Está, por exemplo em: colaborar, ajudar alguém a elaborar; cooperar, ajudar alguém a operar. Cognose, por sua vez, significa gnose adquirida com o auxílio de alguém. Daí o nascimento do verbo latino cognocere, “conhecer” em português.
Os romanos assimilaram o modelo de conhecimento grego e, mais do que isso, ajudaram a universalizá-lo por meio de suas conquistas. Mas Roma foi muito além da pólis grega ao criar um Estado que unificou diferentes povos do mundo mediterrâneo. Os gregos excluíram quase totalmente os estrangeiros da cidadania, enquanto os romanos desenvolveram um sistema de leis e participação social válido em todo o Império, ultrapassando o provincianismo típico da cidade-Estado grega. Os gregos distinguiram-se pelos seus filósofos; o gênio de Roma encontrou expressão no direito e no governo universal.
A FUNDAÇÃO DA CIDADE
A história de Roma nos é acessível. Sua expansão territorial,