Semana da Arte Moderna
As primeiras décadas do século XX - o país a caminho da modernidade
A introdução de nosso país na modernidade possui íntima ligação com vertiginoso crescimento industrial de São Paulo, que se deu a partir do início do século XX.
A chegada de um número cada vez maior de imigrantes, especialmente italianos, gerando mão-de-obra barata, e a necessidade de suprir a carência de produtos antes importados da Europa (uma decorrência da Primeira Guerra Mundial) conjugaram-se para imprimir um ritmo acelerado ao processo de urbanização e industrialização de São Paulo. A cidade torna-se, assim, símbolo de trabalho, de progresso, de modernização.
O capital proveniente das lavouras cafeeiras combina-se com o capital industrial, fazendo de São Paulo a "locomotiva que arrasta os vinte vagões vazios", conforme expressão da época.
Matriz em torno da qual gravitam os demais estados, a "Paulicéia desvairada", de Mário de Andrade, toma o lugar do Rio de Janeiro, capital política do país, no seu papel de centro econômico e cultural.
Para São Paulo convergem, então, a prosperidade, a riqueza, a necessidade de modernização.
Configura-se o "status" de uma nova burguesia, que se adensa com subsídios provenientes da aristocracia rural cafeeira e também com a ascensão das camadas de imigrantes bem-sucedidos, enriquecidos pelo comércio e pela indústria, cujos filhos se casavam com as filhas de fazendeiros, provocando uma fusão das elites dominantes.
As frações dessas elites mais comprometidas com o crescimento industrial incorporavam os anseios de renovação e de revitalização cultural do país, que se manifestavam através de jovens inquietos e intelectualizados, alguns dos quais aristocráticos, que chegavam da Europa trazendo idéias e propostas das vanguardas para os mais diversos campos artísticos.
Oswald de Andrade, de personalidade anarquista e irreverente, tornou-se a personagem simbólica desse processo, não apenas por suas