Semana da arte moderna
A grande contribuição “moderna” para nossa música veio de outro universo não incorporado pelos escritores e artistas plásticos modernistas de São Paulo. Veio da música popular urbana, que tornou-se até hoje um legado para os músicos de todas as gerações, comenta Frederico Oliveira Coelho “O principal legado musical deixado pela geração que participou da Semana foi a abertura do pensamento cultural brasileiro para as novas informações estéticas que circulavam no mundo e, ao mesmo tempo, a articulação dessas novas informações com uma musicalidade ligada aos valores do território nacional, ditas populares, seja no âmbito rural, seja no âmbito urbano”, analisa Frederico Oliveira Coelho, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. E completa: “Uma música em que a fronteira entre o erudito e o popular foi sendo cada vez mais fluida até chegarmos a uma música popular brasileira com nomes como Tom Jobim ou Egberto Gismonti, cuja obra pode ser localizada tanto no âmbito do consumo cultural de massas como no universo da música de orquestra”.
Frederico Oliveira Coelho possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestrado em História Social pela mesma Universidade e doutorado em Literatura Brasileira pela PUC-Rio. Entre 2001 e 2009 foi pesquisador do Núcleo de Estudos Musicais – NUM da Universidade Cândido Mendes e atualmente é pesquisador do Núcleo de Estudos de Literatura e Música – NELIM, da PUC-Rio. Em 2009, tornou-se curador-assistente de artes visuais do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM-RJ, onde ficou até julho de 2011. Desde março deste ano é professor dos cursos de Literatura e Artes Cênicas no Departamento de Letras da PUC-Rio.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Que mudanças a Semana de Arte Moderna de 1922 trouxe para a música brasileira?
Frederico Oliveira Coelho – Direta e efetivamente, a Semana não trouxe nenhuma mudança