Segurança Pública
Renata Rayany dos Santos Silva
Eu sou a Renata. Tenho 24 anos, sou bacharela em Direito, inscrita nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil e além deste curso também pós-graduanda em Processo Penal.
Sou filha, irmã, noiva e cidadã com uma ideia quase utópica de que um dia faremos parte de uma sociedade igualitária.
Venho de uma família pobre que conseguiu ascender-se a classe média. Até o ensino médio estudei em escolas públicas e convivi com pessoas de todas as classes sociais. Conheci de perto histórias de dificuldades, discriminação e desvantagens.
Hoje, faço parte da Defensoria Pública do Estado de Roraima, sou assessora jurídica e atuo junto com a Defensora Pública responsável pela 1ª Vara do Tribunal do Júri do Estado de Roraima.
Meus dias então são baseados em contatos diários com acusados, principalmente, do crime de homicídio, declarados hipossuficiente, ou seja, sem condições de arcar com as despesas de um advogado, e assistidos por nós, a justiça gratuita.
Trabalho com amor, me orgulho do que faço e acredito em uma aplicação justa e democrática das leis de nosso país.
Acredito que meu interesse em ingressar neste curso de Segurança Pública e Cidadania foi o convívio e a proximidade com histórias reais de barbaridades, tratamentos desumanos e situações de inferiorização de determinadas classes sociais.
Desde o momento em que é feita a prisão até o momento final em que o acusado acaba por ser condenado ou absolvido, é visível a forma de tratamento totalmente arbitrária e inconstitucional com que trabalham as autoridades policiais.
O sistema carcerário roraimense é caótico e chega a ser uma piada entre os próprios presos. A Penitenciária Agrícola do Monte Cristo e a Cadeia Pública do Estado não são capazes de oferecer o mínimo de dignidade a qualquer pessoa retida em suas dependências, nem mesmo condições de trabalho suficientes para aqueles que deveriam atuar na segurança destes locais.
O que vemos no dia-a-dia dessas áreas são as violações