Segurança no trabalho
Na semana passada, depois da longa espera e da luta da população local, saiu o veredicto. Apenas oito pessoas foram condenadas. Dessas oito, uma já se encontra morta, tendo falecido antes de terminado o julgamento. Warren Anderson, CEO da Union Carbide, na época do acidente, que conseguira fugir para os EUA, escapando do julgamento, não foi sequer mencionado, ainda que pesasse sobre ele um mandato de prisão. Warren Anderson, agora com 89 anos, pôde continuar desfrutando impunemente, durante todos esses anos, retirado comodamente na sua mansão em Long Island, Nova York.
A pena imposta aos culpados foi a de apenas dois anos de prisão, afiançáveis por cerca de 1.750 euros. Os culpados imediatamente pagaram a fiança e saíram em liberdade condicional. Coube às vítimas uma mísera quantia como indemnização de 1.791 euros por morte e 447 euros às vítimas de ferimentos. À Union Carbide coube a ridícula soma de cerca de 8.870 euros de multa.
Justiça para Bhopal A Union Carbide foi intimada a indenizar aqueles que, com o desastre, perderam sua capacidade de trabalhar. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o governo indiano e a empresa chegaram a um acordo, fixando a indenização em US$ 470 milhões. Essa quantia deveria ser capaz de pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indenização média, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, era suficiente apenas para cobrir despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, assim como seus filhos, sofrerão os efeitos do desastre pelo resto de suas vidas. Organizações locais de sobreviventes estimam que entre 10-15 pessoas continuam morrendo a cada mês como resultado da exposição. Desde 1984, mais de 140 ações civis a favor das vítimas e sobreviventes de Bhopal foram iniciadas nas Cortes Federais dos Estados Unidos, na tentativa de obter indenização apropriada. Os casos continuam em curso.