O sincretismo religioso está inserido em nossa cultura desde a chegada dos primeiros escravos trazidos da África. A estes fora proibida o culto às divindades, considerado pelos homens brancos como sendo rituais satânicos, ou mesmo bruxaria. A catequese, que tinha sido destinada a propagação da fé católica no povo indígena, passa então a ser levada aos negros-escravos. É na fase do Brasil - Colônia (1500-1822), que várias culturas africanas atravessam o atlântico e chegam ao Brasil. Constam em algumas literaturas que há na África vários modelos de cultos religiosos dedicados aos orixás. Dentro desses, a cultura Iorubá consegue destaque pela quantidade de nigerianos que foram trazidos para o Brasil, bem como pelo rigor e disciplina que os iorubanos exerciam na defesa e prática dos seus costumes religiosos. Muitos dos líderes das diversas tribos africanas, capturados na África e trazidos para o Brasil, passam a conviver em senzalas que abrigam negros de outras manifestações religiosas. Segue-se daí que todas essas manifestações estão relacionadas com o culto de veneração aos Ancestrais. Ademais, a mistura de povos africanos faz com que a tradição religiosa sofra transformações e até mesmo mudanças nos rituais e sacramentos. A própria proibição do homem branco, conforme já destacado, faz com que a religiosidade dos negros perca alguns dos seus costumes. Todavia, a única forma de minimizar as perseguições dos cristãos contra o povo africano reside no fato dos negros ofertarem seus assentamentos e oferendas aos deuses em buracos, que pudessem, após o ritual, serem enterrados e, portanto, devidamente cobertos com terra e pedra. Esses rituais foram simbolizados várias vezes através das imagens dos santos católicos. Desse modo, eles cantavam suas línguas em torno da imagem, quando na realidade estavam firmando uma corrente de oração e pontos aos Deuses-Orixás. Neste contexto, enfatiza-se que os orixás são apresentados, até os dias atuais, aos