Saúde Pública e Educação
Investe-se na educação caso exista noção clara a respeito de por que, materialmente, se quer educar. Na prática educa-se para formar pessoas que, no futuro, ocuparão postos no mercado de trabalho para cumprir funções bem determinadas.
Dessa forma, produziram-se deformações na própria ideia do que seja educação, ou seja, sua função primordialmente socializadora, a qual não se restringe ao mundo do trabalho, à preparação profissional. “O valor dos conhecimentos passa para segundo plano, enquanto em si mesmos em primeiro plano aparece seu valor simbólico, seu valor de troca no mercado”.
Esse preparo depende de planejamento econômico, não de qualquer outra coisa. O exemplo da Coreia do Sul, que investiu pesadamente em educação, costuma suprimir o fato de que a reforma educacional coreana não aconteceu no vazio, mas se processou como capítulo do programa de desenvolvimento adotado pelo país.
Os dados revelam, por exemplo, que em 2007, 82% dos jovens brasileiros frequentavam a escola, mas somente 48% dos jovens entre 15 a 17 anos estão cursando o ensino médio. A faixa etária adequada para cursar o ensino médio é entre 15 a 17 anos. Mais grave ainda: somente 13% dos jovens entre 18 a 24 anos frequentaram o curso superior em 2007, e essa situação provavelmente não mudou em 2009. A cor, o nível de renda e o local de moradia interferem nas oportunidades. Por exemplo, apenas 31% dos jovens de 15 a 17 anos, residentes na zona rural, frequentavam o ensino médio, contra 57% dos que residiam nas cidades. Dos jovens entre 18 a 24 anos, com renda per capita mensal de cinco salários mínimos, 55% tiveram acesso ao ensino superior, contra 13% dos que têm renda de meio salário mínimo.
Há ainda no país 1,5 milhão de analfabetos jovens (entre 15 a 29 anos), dos quais 44,8% frequentaram a escola. Ou seja, emerge aqui o problema da baixa qualidade do ensino.
Ou seja, o país tem avançado na questão educacional nos últimos tempos, mas há muito que fazer. Não bastam apenas