saúde do trabalhador
Dentro do sistema capitalista, os trabalhadores vivenciam situações contraditórias, “quando entra em confronto o desejo do sujeito, expresso nas necessidades, aspirações e interesses e a realidade de trabalho, geralmente marcada pelo produtivismo, desempenho e excelência”.
Esta condição de sujeição do trabalhador no mundo do trabalho acaba gerando o seu adoecimento, através das chamadas “doenças ocupacionais”, reveladas especialmente através da LER – lesão por esforços repetitivos, a DORT – distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e a depressão, enquadradas como acidentes do trabalho.
Esta realidade nos faz questionar: por que o ser humano adoece? Por que adquire LER/DORT? Por que extrapola seus limites a ponto de sequelar o corpo?
No trabalho, muitas vezes, os trabalhadores não podem ser eles mesmos, humanos; precisam ser entes despersonalizados, coisas, objetos, seres sem emoção e razão; representam um personagem, que é diferente do “eu”. Esta desumanização do trabalho leva ao sofrimento patológico, através de doenças físicas e psíquicas, visíveis no sistema musculoesquelético, na pele, no sistema digestivo, e inúmeros outros.
A iniciativa e a criatividade são cerceadas pela maneira como é organizado e controlado o trabalho. Os gestos exigidos pelo trabalho são vazios de sentido e ocultam a possibilidade de mudar a situação.
Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador, não fazer parte de sua natureza, e, por conseguinte, ele não se realizar em seu trabalho, mas negar a si mesmo, ter um sentimento de sofrimento em vez de bem-estar, não desenvolver livremente suas energias mentais e físicas, mas ficar fisicamente exausto e mentalmente deprimido. O trabalhador, portanto, só se sente à vontade em seu tempo de folga, enquanto no trabalho se sente contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, porém imposto, é trabalho forçado. Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras