Saúde Coletiva
A partir do século XVII, surgem os Tratados de Saúde (como o de Puericultura), onde a concepção de saúde sofre ajustamentos distintos, com ordenamentos próprios, adotando condutas de possíveis manipulações, de orientações e de intervenções voluntárias, promovendo ações mecânicas sobre o corpo no sentido de prevenir doenças.
O Projeto Sanitário concebido no século XVII, os gestos cada vez mais numerosos e diversificados de intervenção sobre o corpo, promovem e favorecem ações ditas preventivas e pró-saúde, através de procedimentos adotados principalmente pelas elites da época, baseados em práticas repetidas de purgatórios, vomitórios ou sangrias. Fixa-se então, a denominada Medicina mensal, tão bem descrita por SAINT-SIMON (1928) e por D'AQUIN et cols.(1982), a qual prevê manutenção da saúde e prevenção de doenças, através de manipulações dos fluxos internos do organismo.
Por volta de 1750, são configurados dois modelos de família: a família moderna e a família proletária. Para cada uma delas, um modelo ideal e adequado de saúde! No modelo de família moderna, o treinamento de hábitos higiênicos era iniciado numa idade bastante precoce, antes mesmo de que a criança pudesse controlar seus esfíncteres, pois o corpo, segundo o pensamento da burguesia europeia das zonas urbanas, era considerado um produtor de imundícies... Completando as tarefas institucionais para este tipo de família, o grande local de aprendizado era a escola, não o lar. A família proletária apresentava outras características: as crianças eram amamentadas por suas mães - mulheres desnutridas e exaustas - os hábitos higiênicos eram negligenciados e igualmente o controle genital. As crianças eram criadas nas ruas e precocemente encaminhadas para as fábricas, pois a Revolução Industrial se fazia à custa do trabalho infantil e feminino.
A experiência de saúde revela, mais que nunca, a infinidade do risco! Nesta ocasião, é concebido o modelo das pestes, as quais são