Saúde ambiental e Leptospirose
Saúde Ambiental e a Leptospirose
Introdução:
A Leptospirose é uma zoonose causada por uma bactéria do género Leptospira, transmitida, direta ou indiretamente, aos seres humanos e aos animais, tanto nas zonas urbanas como rurais; nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Existem duas espécies conhecidas: a Leptospira biflexa, que é uma bactéria de vida livre não patogénica e a Leptospira Interrogans que é patogénica e possui inúmeros subtipos. Encontra-se amplamente disseminada pelo Mundo, com maiores taxas de incidência no Continente americano e no Sudeste asiático, sendo a sua prevalência subestimada devido aos sintomas inespecíficos e ligeiros que se confundem com outras doenças infecciosas febris como a malária, a dengue e a gripe. É particularmente prevalente nas regiões tropicais e subtropicais onde assume um considerável papel como problema económico e de saúde pública. A proliferação da Leptospirose está estritamente vinculada aos fatores ambientais, que podem dar lugar a um foco de infeção, cuja amplitude encontra-se dependente das condições favoráveis.
Fatores de risco ambientais biofísicos e psicossociais:
Elevado índice de roedores e outros animais Existem três espécies consideradas os principais reservatórios na transmissão da doença, chamados roedores sinantrópicos (que se adaptaram ao ambiente humano): Rattus norvegicus (ratazana ou rato do esgoto), Rattus rattus (rato do telhado), e o Mus musculus (ratinhos de despensa e armários). São considerados reservatórios ecológicos por não manifestarem os sinais clínicos da doença, e os mais importantes na sua disseminação pois a urina e o tecido renal apresentam um pH alcalino favorável à proliferação da bactéria, permitindo um maior crescimento nos túbulos renais e uma constante excreção (cerca de 6000 espiroquetas por ml de urina). Outros reservatórios incluem os animais domésticos como os cães, gatos, bovinos, suínos, caprinos,