SAUDE COLETIVA E URGÊNCIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES
[Aguinaldo Gonçalves (org.) e colaboradores]
Saúde coletiva e urgência em educação física e esportes
Giovani De Lorenzi Pires*
A emergência de novas concepções na
Educação Física brasileira, a partir da década de 80, orientadas em pressupostos das ciências humanas e sociais, estabeleceu um significativo contraponto ao amplo predomínio do enfoque biologicista que, até então, havia se constituído na principal referência curricular dos cursos de graduação. A extinção da obrigatoriedade do currículo mínimo do
Conselho Federal de Educação determinou revisões estruturais que atingiram as disciplinas da chamada base biomédica. Sem o
"charme" da Fisiologia do Esforço, da Teoria do Treinamento Esportivo ou mesmo da
Biomecânica, outras disciplinas como Higiene, Saúde Coletiva e Urgências em Educação
Física/Esportes passaram a se constituir, desde então, nas "menores carentes" dos cursos de formação profissional. Colocadas em pontas inexpressivas das respectivas grades, ministradas por profissionais nem sempre comprometidos com o cotidiano da Educação Física, com escasso e pouco apropriado material didático e bibliográfico, esta ainda parece ser a realidade dessas disciplinas.
Conhecedores de tal problemática por estarem, muitos deles, diretamente envolvidos com docência em programas nessa área em Faculdades de Educação Física no Estado de São Paulo, Aguinaldo Gonçalves e seus colaboradores (1997) chamaram para si a responsabilidade de uma difícil tarefa: a partir de ações coletivas empreendidas para resolver seus próprios problemas com essas disciplinas, produziram textos que agora reelaborados e reunidos podem subsidiar a ação
docente em Higiene e Urgência em Educação
Física, na graduação e pós-graduação. De tal compromisso, resultou o livro Saúde Coletiva e Urgência em Educação Física e Esportes, que em boa hora é lançado pela Papirus.
Antes de comentar o livro, é importante fazer breve referência aos