Santo Agostino
O bispo de Hipona trata dessa questão analisando a sua própria vida, como descreve em sua obra Confissões. Ao contrário de Plotino, e de qualquer outro autor da antiguidade, em Agostinho, dá-se a descoberta da interioridade. Nesse contexto, o autor percebe que o homem é um ser criado por Deus, e por isso o criador mantem uma relação íntima com o ser criado. A antropologia agostiniana será descrita aqui a partir de quatro eixos fundamentais, a saber: relação entre o humano e divino; a sabedoria como alimento da alma; o problema da liberdade e da graça divina.
A posição antropológica de Agostinho parte, inicialmente, da necessidade de compreender o homem enquanto um verdadeiro problema filosófico. Para desvendar esse mistério, Agostinho procurou traçar uma relação entre o humano e o divino, ou seja, entre a vontade humana, marcada pelo livre-arbítrio e a vontade divina, plena de amor. Nesse contexto reflexivo que ele chega à descoberta do eu, enquanto pessoa, em estreita relação de dependência de um fundamento que não está em si mesmo, mas que aponta para o transcendente.
Foi no limiar do século V que Agostinho se propôs a entender esse profundo mistério que é a pessoa humana. Dessa forma, consciente de sua limitação enquanto pessoa, caído no desespero de suas tensões íntimas e de sua própria vontade, é quando procura