Samburu Souvenirs
Representations of a Land in Amber
- Sidney L. Kasfir
Este ensaio relaciona a interacção criativa de uma prática cultural dentro de uma tensão criativa, presente nos Samburu/ Maasai. A autora pretende examinar dois conjuntos de artefactos: as fotografias/postais e as lanças, feitas pelos pastores Samburu do Norte do Quénia, no seu contexto e linguagem das lembranças.
O emparelhamento da fotografia e da lança não é arbitrário. Considerando que a imagem mais comum dos livros de mesa e postais é a lança transportada pelo guerreiro. Esta imagem define a lança como a lembrança do esperado encontro entre o viajante e pastor romantizado.
Para o viajante, tanto a lança como o cartão são iguais no sentido em que existem como fragmentos de algo mais, ou seja, são referências metonímicas de uma experiência cultural mais ampla, que está a ser lembrada e objectivada.
Contudo, o significado que os Samburu atribuem às lanças não é mediado pelo tempo nem pela distância mas, sim pelo contexto. Logo, a lança tem um contexto e peso cultural. Trata-se de uma lança com várias funções. Podem ser utilizadas como arma de defesa mas, também está associada a uma marca social, a um significado de virilidade. Em relação aos produtores
(ferreiros de lanças) são objectos com valor de troca, moeda.
A lança como arma de defesa surge por uma necessidade prática. Tratando-se de pastores, existe sempre o perigo latente de predadores como leões, hienas e, claro, os inimigos humanos.
Relativamente, aos últimos, durante os períodos de seca prolongada podem surgir hostilidades entre os Samburu e os grupos rivais (Boran e Turkana) e também por ter surgido alguns grupos de homens armados que introduziram um novo tipo de ameaças a estes pastores (1960). Por estas razões, os ferreiros Samburu continuam a fazer lanças para uso local e a adequar a sua produção para fins específicos. Existe dois tipos de lanças, a de lançamento e de luta que são
transportadas