Salto alto e suas influencias
O pé é a principal estrutura do corpo humano que interage com toda a cadeia cinética inferior, e que apresenta uma das maiores extensões de variações estruturais de todas as partes do corpo. Funciona como um complacente mecanismo de recepção e distribuição do peso do corpo, tendo uma função de adaptação às irregularidades do solo, além de funcionar como uma alavanca rígida que dá impulso durante a marcha.
Para se adaptar às irregularidades do solo, suportar o peso do corpo e a força de reação do solo, o pé é constituído por três arcos plantares que funcionam como amortecedores e que distribuem as cargas recebidas pelos pés em três regiões: calcâneo (recebe 60% de carga), mediopé (recebe 8% carga) e antepé, principalmente cabeça do quinto e primeiro metatarso (recebem 32% da carga).
Qualquer sapato é estranho ao pé, que foi "projetado" para andar descalço. O calçado ideal ainda não existe.
Os calçados servem como suporte para os pés e, portanto, deveriam ser utilizados para aprimorar as funções e não como um fator agravante na transmissão de informações das pressões sobre os pontos adequados de apoio ou durante movimentos necessários ao caminhar. Os calçados, muitas vezes, podem alterar o alinhamento ideal do pé, pode trazer problemas no corpo e quando já apresenta alguma patologia pode agravá-la ainda mais.
Em nossa sociedade, temos observado que os calçados contam com uma oferta cada vez maior de modelos, cores, estilos e tipos de salto. Um dos agravantes da atual moda do salto alto é a sua presença cada vez mais certa no dia-a-dia de adolescentes e crianças ainda em fase de desenvolvimento, ou seja, em condições físicas frágeis.
HISTÓRIA
A origem dos sapatos e sandálias de salto alto se perde em séculos de história. Os primeiros modelos de saltos altos foram encontrados em uma tumba do Antigo Egito e datam do ano 1000 aC. Esses saltos, provavelmente, caracterizavam a alta posição social de quem