Saber ver arquitetura cap 2
A falta de uma história da arquitetura que possa ser considerada satisfatória deriva da faltade hábito da maior parte dos homens de entender o espaço, e do insucesso dos historiadores edos críticos da arquitetura na aplicação e difusão de um método coerente para o estudo espacialdos edifícios.Todos aqueles que, ainda que fugazmente, refletiam sobre esse tema, sabem que ocaráter essencial da arquitetura
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o que a distingue das outras atividades artísticas
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está no fatode agir com um vocabulário tridimensional que inclui o homem. A pintura atua sobre duasdimensões, a despeito de poder sugerir três ou quatro delas. A escultura atua sobre trêsdimensões, mas o homem fica de fora, desligado, olhando do exterior as três dimensões. Por suavez, a arquitetura é como uma grande escultura escavada, em cujo interior o homem penetra ecaminha.Quando queremos construir uma casa, o arquiteto nos apresenta uma perspectiva de umadas suas vistas exteriores e possivelmente outra da sala de estar. Depois apresenta-nos plantas,fachadas e seções, isto é, representa o volume arquitetônico, decompondo-o nos planos que oencerram e o dividem: paredes exteriores e interiores, planos verticais e horizontais. Do uso dessemétodo representativo, utilizado nos livros técnicos de história da arquitetura e ilustrado nos textospopulares de história da arte com fotografias, provém, em grande parte, a nossa falta de educaçãoespacial.Na verdade, a planta de um edifício nada mais é do que uma projeção abstrata no planohorizontal de todas as suas paredes, uma realidade que ninguém vê a não ser no papel, cujaúnica justificativa depende da necessidade de medir as distâncias entre os vários elementos daconstrução, para os operários que devem executar materialmente o trabalho. As fachadas e asseções longitudinais, interiores e exteriores, servem para medir as alturas. Mas a arquitetura nãoprovém de um conjunto de larguras, comprimentos e alturas dos