Rádio ao vivo e responsável
seg, 11/02/13 por milton.jung | categoria Rádio na Era do Blog
Por Mílton Jung
Por muitos anos o radiojornalismo pecou por entender que o ouvinte estava em busca da notícia em primeira mão quando, na realidade, a busca era pela notícia certa em primeira mão. Até hoje se percebe esta confusão, resultado da precipitação e falta de responsabilidade. Pode ser, também, falta de habilidade para equilibrar agilidade e precisão, conceitos que pautam, cada vez mais, a vida dos jornalistas de uma maneira geral e os de rádio em especial, devido às características intrínsecas do veículo, tais como imediatismo e a instantaneidade. No rádio, ao vivo, o risco se potencializa e a tentação pelo furo pode ferir reputações – sugere-se cautela, apuro e tranquilidade. Toda vez que o jornalista abre mão da precisão em nome da agilidade paga com o que há de mais caro em sua carreira, a credibilidade.
Há não muito tempo, os principais veículos de comunicação brasileiros transformaram um incêndio em loja de colchões, na zona sul de São Paulo, em uma tragédia área. A informação que havia chegado truncada às redações era de que um avião da companhia aérea Pantanal havia caído sobre um prédio, próximo da avenida Santo Amaro. A dificuldade em chegar ao ponto do suposto acidente, devido ao congestionamento na região, impedia a confirmação in loco, mas não diminuía a pressão do público e dos chefes sobre os apuradores e repórteres. Sem conseguir uma confirmação por fontes próprias, várias emissoras de rádio e TV, além de portais na internet, se basearam em informação divulgada por um canal a cabo especializado em notícias, a GloboNews, e publicaram uma mentira. Alguns minutos foram suficientes para se perceber o erro, voltar atrás, pedir desculpas e tocar a vida em frente. Nada suficiente para eliminar o vexame e impedir a demissão de colegas.
A notícia quando chega à redação precisa ser apurada antes de publicada. Quanto maior seu