Rua tonelero
Lacerda, um dos principais opositores do governo Vargas, iniciara sua campanha a deputado federal. Como havia sido ameaçado de morte algumas vezes, um grupo de simpatizantes, oficiais de Aeronáutica, decidiram servir-lhe de segurança durante seus comícios. Depois de um deles, realizado na noite de 4 de agosto de 1954, no pátio do Colégio São José, o jornalista volta para casa acompanhado de seu filho Sérgio (então com quinze anos) no automóvel do major-aviador Rubens Florentino Vaz. Ao chegar na rua Tonelero, os três saltam do veículo e, ao se despedirem, uma pessoa surge das sombras e dispara vários tiros. O major, desarmado, tenta se defender, mas é atingido mortalmente no peito. Enquanto isso, Lacerda leva seu filho para a garagem do prédio e volta disparando contra o agressor, que foge num táxi. Um guarda municipal que estava nas proximidades, Sávio Romero, ouve os disparos e, ao verificar o que estava acontecendo, também é atingido por um tiro, conseguindo porém anotar a placa do veículo fugitivo.2 3
Investigação[editar]
Naquela mesma madrugada a imprensa começa a divulgar os detalhes do crime. O motorista do táxi, Nelson Raimundo de Souza, sabendo então que seu veículo fora identificado, decide se apresentar a uma delegacia. Inicialmente alega inocência, dizendo que apenas pegara o passageiro e não tinha conhecimento do crime, mas confessa seu envolvimento após depoimento à Polícia Militar.2
O ponto de táxi de Nelson ficava na Rua Silveira Martins, esquina da Rua do Catete - junto ao então palácio presidencial - e costumava servir aos integrantes da guarda pessoal de Getúlio. Um desses integrantes, Climério Euribes de Almeida, combinara com o taxista de dar fuga em seu veículo a ele e um pistoleiro, Alcino João do Nascimento.2
Alcino, na verdade um marceneiro em dificuldades financeiras, fora contratado meses antes por José Antônio Soares para executar um desafeto. Ele aceitara prontamente o serviço, matando porém a pessoa errada.