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ADENSAMENTO NO CENTRO E A MÍDIA
A cidade de São Paulo, dentre tantos problemas, possui uma densidade de habitantes por hectare longe do ideal. Além disso, uma divisão sócio-espacial faz com que a classe burguesa ocupe os lugares mais bem equipados de estrutura urbana que as classes mais baixas, que ocupam as periferias e até cidades vizinhas. Isso ocasiona problemas de mobilidade urbana que deixam a cidade um caos.
A mídia, enquanto transmissora de informações e notícias, como também formadora de opiniões, pouco fala deste tema. E quando fala, é voltado ao tópico invasão e reintegração de posse, porém se mantém imparcial quanto ao que acha correto.
O centro de São Paulo é um local de alto fluxo de trabalhadores, que vem de longe para trabalhar, e fazem do transporte público um caos nos horários de pico. Porém, funciona como o oposto de um bairro dormitório: as pessoas vem para trabalhar, e vão embora quando termina o expediente. E em meio a tantos escritórios e comércios, vemos um número expressivo de prédios abandonados. Estes que possuem proprietário(s), mas se mantém inativos por anos e anos. Ou seja, não cumprem o seu papel social, e estão apenas fortalecendo a lógica da especulação imobiliária.
Entende-se que um bairro de uso misto, em que o cidadão more, trabalhe e tenha equipamentos urbanos é o ideal para aliviar o trânsito e o transporte público. Mas as tentativas de ocupar os prédios abandonados do centro não obtiveram cem por cento de êxito. Movimentos como MST e MTST tentam ocupá-los com uma organização ímpar, e por alguns meses funciona perfeitamente. Mas quando o proprietário do lote entra na justiça para conseguir sua posse de volta, a polícia os despeja como se fossem objetos. Vimos essa cena acontecer algumas vezes nesses últimos meses, como na reintegração de posse na Avenida São João, 16/09/2014, onde 200 famílias foram retiradas do hotel Aquários em que estavam instaladas, um dia marcado de bombardeios por parte da Polícia Militar e

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