RResumo primeiro capítulo do livro “O Serviço Social e o popular: resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura”
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O processo histórico do Serviço Social no Brasil é o foco do primeiro capítulo do livro “O Serviço Social e o popular: resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura”, coordenado por Ozanira da Silva e Silva, pela editora Cortez.Segundo a autora, o Serviço Social institucionaliza-se e consolida-se através de uma articulação com a dinâmica das classes sociais nas diferentes conjunturas. No Brasil, a legitimação da profissão do Serviço Social vincula-se à criação e ao desenvolvimento de grandes instituições públicas assistenciais a partir da década de 40, as quais são fruto do reflexo de uma política econômica instituída que favorecia a industrialização. Nesse cenário, estavam ganhando espaço na sociedade a burguesia industrial, os grandes proprietários rurais e o proletariado urbano.
Para controlar os setores emergentes e, ao mesmo tempo, considerar suas demandas e conquistar legitimação política, o Estado Novo incorporou parte das reivindicações populares, controlando a autonomia dos movimentos reivindicatórios e os absorvendo na estrutura do Estado. As instituições assistenciais e previdenciárias surgem como respostas às pressões sociais.
Nesse momento, o Serviço Social ainda não se configura como profissão. Trata-se de um mecanismo da igreja católica para o desenvolvimento e assistência aos mais necessitados. Parte do princípio da justiça e da caridade, em prol da cristianização da sociedade.
Com o surgimento de grandes instituições, como o Serviço Social do Comércio, a profissão começa a se afastar do seu caráter confessional, incorporado pela proximidade com a igreja católica, e se aproximar da institucionalização, ampliando assim o campo de trabalho.
A legitimação da profissão é deslocada para o Estado e para os empresários; o profissional torna-se assalariado; e a clientela se amplia. No final da década de 50 e início da de 60, esforços são concentrados na busca de nova identidade e de novas bases de legitimação para o Serviço Social