rosto

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O padre Muanamosi Matumona defende a existência de uma filosofia africana, contrariamente ao que muitos investigadores ocidentais e angolanos afirmam. Na sua obra “Filosofia Africana, na linha do tempo”, publicada este mês em Portugal, pela editora Esfera do Caos, o prelado católico define a filosofia africana como “interpretação das realidades africanas.
Uma forma própria de filosofar sobre os factos locais num sistema comparado ao da filosofia ocidental”.
Muanamosi Matumona escreve que no contexto actual a filosofia africana é convidada a reflectir seriamente sobre os problemas concretos dos povos, propondo linhas para a sua solução, que consistirá, essencialmente, na reconstrução do continente.
Propõe uma “Filosofia Africana da Reconstrução”, que deve ser leccionada como uma disciplina autónoma nos estabelecimentos de ensino, obedecendo aos princípios pedagógicos, de modo a que os africanos reconheçam a sua dignidade e a sua missão neste século XXI. “… é de admitir que a África não pode ser condenada à morte. A pressão do afropessimismo deve ser questionada ou até refutada com objectividade”, sugere.
Padre Matumona, docente da Universidade Agostinho Neto e do Seminário Maior de Luanda, entende que a filosofias africana recebeu uma herança que merece ser considerada, uma vez que foi nela que ganhou e vai ganhando forma, enquadrandose no espaço e no tempo.
“Se a reflexão africana pode ser aceite como filha da cultura, é também justo encará-la como filha da história do mesmo continente, já que a história é também uma experiência válida, uma escola e testemunha de tudo o que o homem pensa, projecta e pratica. O homem africano soube aproveitar tudo o que viu e que viveu ao longo da sua história para erguer o que hoje se chama, com toda a razão, a filosofia africana”, concluiu.
Muanamosi Matumona sustenta, ainda na defesa da existência da filosofia africana, que um dos elementos ao qual se pode recorrer para realçar a capacidade racional e a legitimidade

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