Roseli
10521 palavras
43 páginas
Resenha, VIDAS SECAS – de Graciliano Ramos O romance, Vidas Secas nos revela a desumanização que a seca causa ao sertanejo. Isto é mostrado por Graciliano Ramos quando ele nos conta o drama de uma família de retirantes nordestino que teima em driblar a fome e enganar a morte. Podemos comparar essa família de retirantes com as famílias brasileiras de hoje, que vivem no sertão nordestino e de forma miserável sofrendo com a seca. Muitas dessas famílias vão à busca de vida nova em outras regiões. E não é só isso. Mostra também como se dão as relações de poder. Um poder dos coronéis latifundiários, legitimados por uma ideologia de um estado repressor e reforçado por uma ditadura que ocorria na época em que o romance foi escrito. Poucos mandavam e muitos obedeciam. Esta seria uma denúncia feita pelo autor. Em seu romance não são vozes que gritam. São imagens de seis personagens que constituem uma família que, pouco fala, mas muito mostram. Mostram como é viver no sertão nordestino, num cenário seco, hostil, áspero fortalecido pela miséria e pela fome. As personagens que compõem a história são: Fabiano, Sinhá Vitória, o Menino mais Velho, o Menino mais Novo, a cachorra Baleia e o Papagaio. Este último, inserido como uma personagem que deveria falar, mas na história simboliza o silencio. Silêncio daquele que aceita calado o julgo dos poderosos a troco de migalhas. Assim como a ave, o personagem Fabiano possui uma subserviência, cala, obedece e trabalha. Uma vida desumana. Fabiano se animaliza. Tem comportamento animalesco, enquanto a personagem Baleia se humaniza. Uma humanidade talvez maior que a dos seres humanos a ponto de ser como membro da família. Ela também sentia todas as reações psicológicas da família. O seu comportamento é de uma figura esperançosa que sempre acredita. Nessa esperança e nesse acreditar conseguiu comida para a família num momento que o desanimo tomava conto daqueles humanos. O autor eleva o animal acima daqueles seres humanos