Ronhonho

788 palavras 4 páginas
«Na obra O Princípio de Responsabilidade, Hans Jonas dá a entender que a acção das gerações humanas actuais deve ter um sentido fundamental: assegurar a possibilidade de uma existência digna às gerações futuras mediante a salvaguarda da qualidade de vida. A responsabilidade a respeito das gerações futuras exige que lhes leguemos um planeta habitável e que não alteremos as condições biológicas da humanidade. Nós somos o resultado de um trabalho da natureza que durou milhares de anos. A nossa continuidade e a preservação e cuidado da natureza são uma obrigação em relação aquilo que Jonas considera ser a nossa matriz.

Qual é o nosso dever no momento actual para que essa finalidade se cumpra? Antecipar as consequências eventualmente nefastas do nosso poder científico-tecnológico e impor limites à sua dinâmica suicida.
A moral que Jonas propõe rompe com uma tradição que separava a experiência moral da ciência. Segundo Jonas temos obrigação de conhecer as consequências dos nossos actos. E de que actos se trata? De actos não somente individuais mas sobretudo colectivos. O filósofo alemão dirige -se sobretudo aos políticos e aos tecnocratas. Nas suas decisões eles devem tornar possível que uma vida humana digna de ser vivida continue sobre a terra. Três exigências fundamentais são colocadas a quem age e decide:1.Formar uma ideia dos efeitos longínquos da actividade tecnológica

2. Mobilizar as populações para o sentimento do perigo – A vida humana com um mínimo de qualidade está a médio prazo ameaçada.

3. Os políticos e os homens de ética devem insistir nas suas posições públicas nos efeitos negativos futuros do nosso comportamento actualmente irresponsável em vez de adoptarem um optimismo pateta ou suicida. O diagnóstico negativo deve prevalecer sobre o diagnóstico positivo.

Para Hans Jonas, a ciência e a técnica têm sido postas exclusivamente ao serviço de um aumento ilimitado do poder sobre a natureza para implementar o desenvolvimento industrial e a

Relacionados