Rome de abstinência no recém-nascido
Neonatal Abstinence Syndrome
Arthur Figueiredo Delgado1 Joselina Magalhães Andrade Cardieri2 Lilian Maria Cristófani3 Renata Dejtiar Waksman4 Embora os estudos sobre teratología e toxicologia fetais tenham se iniciado no principio deste século, a potencialidade dos agentes químicos em produzir efeitos tóxicos sobre o embrião ou feto em desenvolvimento só foi reconhecida após a tragédia ocorrida com o uso da Talidomida, no início da década de 60. Além disso, o fato de que a exposição a agentes químicos durante a gestação poderia causar conseqüências imediatas e permanentes, após o nascimento, só foi amplamente constatado no início da década de 70. Assim, nos últimos 20 anos, presenciamos um grande aumento no número de relatos de efeitos indesejáveis de agentes químicos sobre o feto em desenvolvimento e sobre o recém-nascido. Inúmeros agentes foram apontados como causadores de efeitos adversos ao recém-nascido, detectáveis ao nascimento ou mais tardiamente e ao longo do desenvolvimento. Atualmente, vários agentes têm evidências suficientes para confirmar sua ação neurotóxica para o ser humano em desenvolvimento. Destes, alguns são drogas de abuso como heroína, me-
Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Disciplina de Pediatria Neonatal. * Esta revisão é parte dos trabalhos de Pós-Graduação em Pediatria dos autores. 1 Assistente da Unidade de Terapia Intensiva do I.Cr. 2 Assistente da Unidade de Pneumologia do I.Cr. 3 Aluna da Complementação Especializada do I.Cr. (Oncologia). 4 Assistente do Serviço de Consultas de Urgência e Triagem do I.Cr.
tadona, álcool, cocaína e maconha. Quando se avaliam os dados disponíveis sobre a toxicidade dos agentes químicos ao ser humano em desenvolvimento, as evidências exigidas para se caracterizar sua ação tóxica são semelhantes quer seja tal agente uma droga de uso terapêutico, uma droga de abuso ou um agente físico ou ambiental. Os dados