Romantismo na Espanha
Na Espanha, o Romantismo foi um movimento tardio e de curta duração. Chegou com o regresso dos exilados liberalistas depois da morte do rei absolutista Fernando VII (1833) e alcançou seu apogeu em 1835 com a estréia da peça Don Álvaro o la fuerza del sinode Duque de Rivas.
O Romantismo Espanhol se divide em duas idéias: O Romantismo Tradicional, que pretendia restaurar os valores ideológicos e religiosos do passado e que é representado por Zorrilla e Duque de Rivas e o Romantismo Liberal, caracterizado por ser um movimento radical em sua luta pela defesa das novas ideias e pela manutenção da mentalidade libertária, progressista e revolucionária.
O que trouxe ainda mais brilho para o Romantismo espanhol foi o mito de Don Juan. Este mito de um homem conquistador, sedutor e cruel fez com que gerações antes do Romantismo já se inspirassem nele. O Romantismo Espanhol o elege como o símbolo do que representava este momento cultural e social. A vida de aventuras, as verdades despudoradas, a crítica à moral imposta pela igreja, o valor pela conquista da mulher e do sexo.
Sua áurea de sedutor barato, de homem sem coração, que conquistava mulheres e depois as abandonava às sombras da solidão e da paixão não correspondia. Don Juan que estava sempre em busca de aventuras, sejam elas amorosas ou sanguíneas, este mito deflagrou-se na mente e nos corações de jovens e moças por toda a Espanha.
À época, quase dois séculos antes da Espanha ter notícia de Goethe, este homem de posses e de verdades incontestáveis já habitava o imaginário de moças e rapazes. E este mito atravessou gerações. O espírito irrefreável do jovem senhor é um contraste com a sociedade da época. Falar em desregramento no século XVII era falar em heresia, em conscupicência, em luxúria. E em se tratando de Don Juan esses adjetivos eram como sobrenomes que acompanhamam seu dono por onde ia. Sua identidade não se confunde com a de outros homens e sua assinatura, claro, é uma lâmina que corta tanto