Risco de crédito
Edição 38
I - Introdução
Mudanças no mercado financeiro global e o grande volume de perdas de crédito geraram uma crescente preocupação com o risco de crédito nos anos 90. Essa consciência da importância do controle e gerenciamento eficaz do risco de crédito levou a inúmeras iniciativas tanto por parte das instituições financeiras como de provedores de serviços de consultoria e de órgãos regulatórios. Paralelamente, o desenvolvimento do mercado de derivativos de crédito demandou mecanismos de precificação adequados a esse tipo de instrumento. Nesse cenário, verificou-se o aprimoramento das instituições financeiras no uso de modelos matemáticos para quantificar e gerenciar o risco de crédito. Esses modelos tornaram-se muito populares no mercado, principalmente no processo de aprovação de crédito. Nesse período, verificamos ainda as iniciativas do Comitê de Basiléia quanto à adequação do capital dos bancos ao risco e ao desenvolvimento e aprimoramento de modelos de risco de portfólios de crédito realizado por instituições financeiras e por firmas de consultoria.
Todos esses fatores geraram uma grande profusão de trabalhos acadêmicos voltados para a questão do risco de crédito, a partir da segunda metade da década de 90. O presente trabalho busca fazer uma introdução geral do tema apresentando diversos tipos e aplicações de modelos quantitativos de risco de crédito.
O termo “modelo de risco de crédito” abrange diversas aplicações ligadas à quantificação de risco de clientes e operações, avaliação de distribuição de perdas de carteiras e precificação de instrumentos financeiros de crédito ou sujeitos ao risco de crédito. Neste artigo os modelos de risco de crédito são classificados em três categorias:modelos de classificação de risco, modelos de risco de portfólio e modelos esto-cásticos de risco de crédito. É fornecida uma visão geral do desenvolvimento de tecnologia de crédito que tem sido realizado em cada um desses campos, bem como