Rio Sergipe
Giancarlo R. S. Banda
Aracaju - Sergipe
Outubro de 2013
O Brasil detém 53% do volume de água doce da América do Sul e, aproximadamente, 12% do total mundial, sendo que a maior parte desta água, próximo a 80%, encontra-se localizada na bacia Amazônica, onde se concentra apenas pouco mais de 6% da população do país. (IBGE, 2010) Contrariando a lógica, 70% da população brasileira se concentra nas regiões Nordeste e Sudeste que detêm as menores reservas de água doce do país.
A região Nordeste do Brasil é a mais carente de recursos hídricos de superfície, o que a coloca numa posição de maior responsabilidade na gestão do seu limitado potencial hídrico. O Estado de Sergipe se insere neste necessário, pois apresenta no seu território, uma grande faixa de clima semi-árido, convivendo assim na maior parte do ano com um cenário de escassez hídrico.
O rio Sergipe (Figura 1) percorre aproximadamente 210 km, desde suas nascentes, em Nossa Senhora da Glória até desaguar no oceano Atlântico, em Aracaju.
Figura 1. Foto do Rio Sergipe entre Aracaju e Barra dos Coqueiros
A região estuarina no entorno de Aracaju é formada ao norte pelo rio do Sal, ao sul pelo rio Poxim e ao leste pelo rio Sergipe. O estuário recebe diretamente despejos industriais, onde se destacam os das indústrias de processamento de alimentos, plásticos, produtos têxteis, cerâmicos e metalúrgicos (ALVES; GARCIA, 2006, p. 88); além disso, há os despejos domésticos que ocorrem em toda sua extensão, desde o bairro Porto Dantas até o Coroa do Meio (Figura 2).
Os despejos indústrias no rio Sergipe têm efeitos semelhantes aos dos esgotos domésticos, principalmente no que se refere ao aumento da concentração de materiais dissolvidos e em suspensão, contendo compostos químicos não existentes na hidrosfera ou na biosfera.
Figura 2. Lixo jogado no rio Sergipe
A poluição doméstica (Figuras 3 e 4) é uma forma comum de poluição das águas, causada pelo