Rio Preto
Os primeiros habitantes de todo o vale do Rio Preto foram os índios Coroados . A região circunscrita à bacia de Rio Preto e proximidades de Paraíba do Sul deveria possuir, em meados do século XVIII cerca de 1400 índios, sendo, então, a atual cidade de Marquês de Valença, no Estado do Rio, o principal aldeamento. Por ordens do Vice-Rei Luiz de Vasconcelos e Souza, deu-se início, por volta de 1769, a catequese e civilização dos silvícolas do território, sendo o capitão Inácio de Souza Wernecke e Padre Manoel Gomes Leal encarregados dessas missões. Os indígenas da região não se apresentaram ferozes aos desbravadores brancos, mais medrosos e fugitivos, não deixando, porém, de lhes causar temor. A Zona de Rio Preto permaneceu em sertão até 1780, mais ou menos, quando a atração do ouro, nos flancos da Mantiqueira, vertentes rio-pretanas, motivou o aparecimento do primeiro Ouvidor, pois já, em 1798, eram concedidas ao cidadão Miguel Rodrigues da Costa as honras de Capitão-Mor, sendo a primeira autoridade do lugar e o primeiro a ter a concessão de explorar em Conceição do Monte Alegre (hoje povoado do distrito de Santa Bárbara do Monte Verde), lavras de ouro. O Governo da Metrópole, com receios de que o ouro retirado na região se escoasse sem o pagamento de impostos ao fisco, procurava por todos os meios impedir a abertura de caminhos, picadas ou veredas, devendo a produção aurífera passar pela estrada já aberta e patrulhada. O Governador da Província de Minas, D. Rodrigo José de Menezes, foi a figura principal das primeiras investidas nos Campos Gerais de Santa Rita de Ibitipoca. Em 1780, determinava D. Rodrigo a partida para Ibitipoca de um de seus ajudantes de ordens, Francisco Antônio Rabelo, para "examinar a região e outras matas gerais da Mantiqueira abaixo", e procurar meios seguros de se impedir extravios de ouro, indagando das pessoas com autorização para lavrar as terras do ouro que haviam descoberto.