Rio doce
Há 30 anos o professor Robson Sarmento vem alertando para a morte do Rio Doce. Como também o fez o cientista Augusto Ruschi. Eles apontaram os fatores desta destruição e exigiram providências corretivas. Clamaram em vão. Mas o quadro ainda é reversível, como diz o professor Sarmento. O que pode ser um alento e um convite aos técnicos, aos políticos e, à comunidade, para a luta.
Robson Sarmento se doutorou na Inglaterra em 1979 e ensina no programa de mestrado em engenharia ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É um dos mais antigos estudiosos dos nossos recursos hídricos - da água - como prefere definir.
"O Rio Doce está morrendo?", quis saber o repórter. "Se está? É só olhar para ele", afirmou o professor. Na entrevista, nesta quinta-feira (11), ele assinalou que a história das vazões do rio nunca registrou menos de 200 metros cúbicos por segundo. E afirmou que há um ano e meio ela chegou a 150 metros cúbicos por segundo.
Se este é um indicativo forte de que a quantidade de água no rio está se reduzindo isto não significa que a água na bacia esteja diminuindo. A água pode não estar sendo bem usada. A culpa pela redução da água no rio não é das secas, que são tão naturais quanto as enchentes. Ocorre que não nos preparamos para a gestão das águas. O Espírito Santo tem de ter um plano diretor de águas, defende Robson Sarmento.
Sua elaboração é uma tarefa multiprofissional, que exige um