Richard Hamilton no movimento Pop Art
A experiência de Hamilton no emprego dos meios de representação, a sua predileção pelos interiores íntimos, assentam em uma prática pessoal, profissional e pedagógica. Estudou pintura na Royal Academy de 1938 a 1940, e depois, de novo em 1946. Em 1952, era um dos membros fundadores do Independent Group, onde artistas, cientistas e arquitetos organizavam conferências, discussões e exposições interdisciplinares sobre os diversos aspectos dos meios de comunicação, da arte e da cultura. A partir de 1952, ensina desenho na Central School of Arts and Crafts. De 1957 a 1961, ensina arquitetura de interiores no Royal College of Art, onde crescia a jovem geração da pop art londrina.
No percurso da sua evolução artística, Hamilton confrontou-sen com o cubismo, o futurismo, Paul Cézanne, o fotógrafo Eadweard Muybridge, Paul Klee e, sobretudo, Marcel Duchamp, e então mostra um interesse especial por questões relacionadas com o movimento e a máquina. Introduz depois a fotografia, nas suas obras, que foram comparadas a desenhos de engenharia. Depois de ter realizado inúmeros esquissos do corpo feminino, passa a utlizar a banda desenhada como referência, o que virá a ser uma das influências reutilizadas e exploradas por parte dos pintores da Pop Art americana, como Lichtenstein.
Os móveis, as acomodações, televisores e telefones, evocam funções e facetas ambientais muito especiais, como romantismo, a utilidade e o gosto. O design perfeito desse mundo reflete a necessidade de assegurar seu valor na sociedade. Porém esconde a fragilidade dessas zonas aparentemente intactas devido às surpresas da realidade e do inesperado. É assim que nas colagens de Hamilton, pode ver-se elementos impenetráveis ou pitorescos, distorções de perspectivas, correções, desvirtuamentos e exageros surrealistas que tendem a deformar uma imagem convencional do nosso mundo.
O efeito de insegurança provocado pelos seus quadros resulta do fato da técnica empregada para representar os