Ribeiro 2012 Dados
Carlos Antonio Costa Ribeiro
Professor e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: carloscr@iesp.uerj.br
INTRODUÇÃO o estabelecer o padrão e a força da associação entre a classe de origem, definida pela ocupação do pai quando o filho estava crescendo, e a classe de destino, definida pela ocupação do filho adulto, as análises sobre mobilidade social possibilitam o estudo sintético da desigualdade de oportunidades de ascensão social. No Brasil há informações sobre os padrões e tendências da mobilidade social para as décadas de 1970, 1980 e 1990 (dados das Pesquisas Nacionais por Amostragem Domiciliar – PNADs de 1973, 1982, 1988 e 1996). Os dados brasileiros são de alta qualidade e foram analisados em diversos estudos tratando de vários aspectos relevantes não só da mobilidade de classes ou ocupacional, medida pelo percentual total (taxas absolutas) de filhos adultos em posições de classe de destino diferentes de sua classe de origem (de seus pais), como também do grau, dos padrões e das mudanças na desigualdade de oportunidades ou na fluidez social (termos sinônimos), medida pelas chances relativas de pessoas com classes de origem diferente alcançarem classes de destino iguais (Silva, 1979;
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* Agradeço aos dois pareceristas pelos comentários. As sugestões e críticas foram extremamente úteis para melhorar o texto, a apresentação dos conceitos e algumas análises. A responsabilidade pelo resultado final é, obviamente, de minha inteira responsabilidade.
Este artigo usa dados coletados durante o projeto “Dimensões Sociais das Desigualdades” coordenado por Nelson do Valle Silva e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)/Instituto do Milênio.
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 55, no 3, 2012, pp. 641 a 679.
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Revista Dados – 2012 – Vol. 55 no 3
1ª Revisão: 05.11.2012