revolução russa
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Nem econômica, nem militarmente a Rússia estava preparada para entrar na Primeira
Guerra Mundial (1914-1918). Sua participação no conflito, portanto, foi uma sucessão de desastres, com números imensos de mortos e feridos. Além disso, a própria posição política do país na guerra era paradoxal: a Rússia aliou-se aos regimes democráticos da França e da Inglaterra, combatendo os Impérios centrais da
Alemanha e da Áustria-Hungria (mais a Turquia).
No entanto, a Rússia não era uma democracia, mas uma autocracia: o czar
(imperador) governava com poderes absolutos. O Parlamento ou Duma, instituído em
1906, mal e mal se opunha a ele. Para complicar, a czarina (imperatriz) era alemã e boa parte da corte simpatizava com a Alemanha, querendo mudar de lado no conflito.
Para isso, não hesitavam em sabotar seus próprios exércitos, facilitando as vitórias adversárias. Não bastasse tudo isso, o czar Nicolau 2º era um homem medíocre e indeciso, que sofria forte influência da esposa, Alexandra. Esta por sua vez estava praticamente dominada por um homem chamado Grigori Rasputin, um camponês que era ao mesmo tempo um místico e um charlatão e que passou a governar a Rússia, nos bastidores. Rasputin aconselhava, por exemplo, a czarina a nomear um ministro à noite, alegando que Deus lhe transmitiu essa ordem. No dia seguinte, mandava demiti-lo, afirmando que o homem fora possuído pelo demônio. "A corte parece ora o zôo, ora o pátio dos milagres", escreveu um deputado russo da época.
Repressão policial
Esse governo caótico era mantido à força de violenta repressão policial a seus opositores, que eram muitos e que se manifestavam desde as últimas décadas do século 19, quando a Rússia começou a se industrializar - embora o país permanecesse essencialmente agrário nas primeiras décadas do século 20: 85% de seus 170 milhões de habitantes viviam no campo.
Tentando sublevar os camponeses contra o regime