Revolução Mexicana introdução
O interesse pelo estudo da Revolução Mexicana se deu principal mente pela eclosão da Revolução Cubana as partir de 1959. Tudo indica que para os próprios mexicanos a retomada dos estudos sobre sua revolução ocorreu a partir dos anos sessenta quando, simultaneamente, se comemorava o cinqüentenário da Revolução e a ascensão do fidelismo ao poder. Também tem despertado nossa curiosidade, o chamado "modelo mexicano", isto é, um regime político de partido único que mantém um sistema eleitoral que não altera os resultados finais e que se mantém surpreendentemente estável ao longo dos últimos sessenta nos. O México apresenta um regime político suigeneris, um regime onde nem o Exército, nem a Igreja, nem o latifúndio são os fatores dominantes nas decisões políticas do país.
Então a Revolução Mexicana nos interessa por dois aspectos: por ser a primeira grande revolução social do nosso século (anterior inclusive à revolução bolchevista de 1917) e também por apresentar um regime político dos mais estáveis na história da turbulenta América Latina.
Como classificar esta revolução
O primeiro grande problema com que nos defrontamos ao analisarmos a história da Revolução Mexicana é como defini-la. Ela não se amolda aos padrões conhecidos de classificação revolucionária: isto é "Revolução Burguesa" e "Revolução Socialista".
A mais recente interpretação dessa revolução foi feita por Arnaldo Córdova (A Ideologia da Revolução Mexicana, 1973) que a classifica de "revolução populista", pois descrê da possibilidade de se utilizar do material teórico europeu para qualificá-la. "Populista" porque todos os grupos que se degladiavam lutavam de fato pela hegemonia da liderança sobre as massas, todos os grupos em conflito apelavam constantemente para elas, para que as massas se decidissem a favor de um ou de outro.
Seria populista também pelo grau de compromissos assumidos pelos dirigentes políticos: compromissos que representavam entre a nova