Revolução insustrial
Revolução Industrial: um breve ensaio crítico Alexander Martins Vianna*
Em seu artigo A Revolução Industrial Inglesa: Uma Revisão (Nota Crítica), publicado em 1991 na revista Annales (ESC), Patrick Verley afirmava que houve durante as décadas de 1950 e 1960 uma eclosão de várias sínteses analíticas no mundo anglo-saxão sobre o tema da Revolução Industrial, que pretendiam criar uma leitura global alternativa àquela estruturada por Marx desde meados do século XIX. Afinal, o clima de otimismo econômico dos “Trinta Anos Gloriosos” não comportaria uma teoria que pressupunha a desestruturação de um sistema que se apresentava em plena força, particularmente nos países capitalistas industrializados da Europa e da América do Norte, cuja tendência econômica de crescimento e melhoria da qualidade de vida da população parecia contradizer as teses mais apocalípticas de Marx. Nesta mesma época, houve a difusão e debate dos trabalhos de Walt Rostow e de toda uma linhagem de economistas da dependência, que, centrando-se nos mesmos níveis de análise macro-econômica de Marx, enfatizavam tematicamente: a relação entre capital e trabalho; a gênese do progresso tecnológico; a formação da classe operária; a “acumulação primitiva do capital”. Com um tom semelhante àquele de Virley, num balanço crítico publicado originalmente em 1986, cujo título provocativo era A Revolução Industrial: Cui Bono?, Immanuel Wallerstein afirmou que a maioria dos trabalhos – particularmente de economistas que fizeram sínteses analíticas entre as décadas de 1950 e 1970 – sobre o tema da Revolução Industrial seguiu a linhagem de Rostow, Bairoch e Landes, cujo objetivo era basicamente fixar as condições prévias globais que definiriam a arrancada industrial dos países, a exemplo do caso-modelo inglês, pois isso serviria como fórmula ou receituário para os projetos de modernização industrial dos países do Terceiro Mundo. Wallerstein lembrava-nos também que deveríamos sempre perguntar