REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E LIBERALISMO ECONÔMICO (resumo)
A Revolução Industrial trouxe um progresso material inegável ao homem, mas trouxe também uma série de conseqüências sociais negativas, conhecidas em seu conjunto por Questão Social, entre as quais estão o desemprego e todos os desdobramentos sociais a ele ligados: exploração do trabalho infantil e feminino, formação de favelas, violência urbana, e outros.
Adam Smith e seus seguidores, como David Ricardo, defenderam o liberalismo econômico, teoria adequada ao pensamento capitalista burguês, defendendo a propriedade privada dos meios de produção, a divisão local e internacional do trabalho, a Lei de Mercado (“mão invisível”), o lucro individual, a competição, o livre cambismo (baixas tarifas aduaneiras) e a transformação da força de trabalho em mercadoria, cujo preço depende do mercado. Assim, para o liberalismo econômico, como o valor de uma mercadoria depende da quantidade de trabalho nela embutida, o salário, ou seja, a remuneração pelo trabalho deve ser baixa, “para não encarecer o preço final da mercadoria”. É a Lei Férrea do Salário. Por razões como essas, o liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, possibilitando que os agentes econômicos privados - a saber, a burguesia - produza o que quiserem, na quantidade que quiserem, pagando os salários que quiserem limitados apenas pelo mercado.
Cabe lembrar que o modo de produção escravista (Grécia e Roma antigas) entrou em crise por escassez, a partir do século III. O modo de produção feudal idem, a partir do século XI. O modo de produção capitalista é o único capaz de entrar em crise motivada pela sobra, pela “superprodução”. É a fragilidade histórica e, portanto, estrutural, do capitalismo liberal: como não produz para as pessoas e sim para o mercado, quando o mercado comprador se retrai (por qualquer motivo) ocorre o fenômeno da superprodução.
Um paradoxo do liberalismo é o fato de que o Estado sempre é lembrado como salvador da crise, por