Revolução industrial russa
- os primeiros esforços para a industrialização da Rússia datam do reinado de Pedro, o Grande (1682-1725). É possível falar em produção industrial no séc. XVIII, porém somente de forma muito limitada e basicamente ligada às necessidades militares. Havia manufaturas têxteis e alguma indústria leve - tudo de pequena escala (operando no regime de putting out system: oskustares - manufaturas que empregavam mão-de-obra camponesa assalariada) e indústria metalúrgica na região dos Urais (esta sim de grande porte para a época e que se beneficiava da abundância de ferro e madeira na região. Esta indústria entrou em declínio quando se popularizou o uso do carvão mineral, que barateou as manufaturas de ferro e aço), utilizando mão-de-obra servil. A Rússia era basicamente uma sociedade agrícola.
- a estrutura social da Rússia era de caráter feudal. A classe dominante era a nobreza possuidora de terras, que extraía o excedente econômico da mão-de-obra servil. Havia basicamente duas classes de servos - aqueles que trabalhavam em terras do Estado, da própria família imperial e da Igreja, os quais, em sua maioria, pagavam pelo uso da terra; e os servos pertencentes à nobreza, que deviam pagamentos em espécie e/ou em dinheiro (a corvéia), ou ainda trabalho compulsório nas terras senhoriais. Estes últimos vivam em situação ainda pior do que os primeiros, em condições análogas à escravidão. Os camponeses se organizavam em torno das comunidades agrícolas (aldeias) que controlavam o acesso às terras comunais e centralizavam o pagamento de impostos e outras obrigações, e eram também os locais onde os homens se apresentavam para o serviço militar.
- o relativo isolamento e escassez de recursos (terras agricultáveis, recursos minerais dispersos em locais distantes), aliado às condições climáticas, acabou por dar estabilidade - e longa sobrevida - à organização feudal. A Rússia - cuja paisagem não era muito diferente das demais regiões europeias durante