Revolução Francesa
Seguindo o pensamento de Solé, a nobreza e a burguesia não se distinguiam demasiadamente, pois possuíam interesses comuns em relação à classe operária. “A aristocracia agrária e a burguesia imobiliária, que as possuíam [uma fortuna anterior à revolução] formavam um só grupo socioeconômico”. Com o “aburguesamento” da nobreza, que mantinha o desenvolvimento do capitalismo, as ideologias tanto de uma “nobreza burguesa” como a de uma “burguesia nobre” eram cada vez mais difíceis de se diferenciar.
A nobreza era uma elite que continha muitos privilégios, o que certamente causava um desejo por parte dos outros grupos em fazer parte desse meio social. Era respeitada pelo governo real e o que realmente lhe causava perigo eram as suas divisões internas. Por outro lado, a burguesia também não era tão unida e não se via enquanto classe. Esse grupo não dava importância ao trabalho braçal e o desprezava, e possuíam uma vontade em deixar de exercer o seu ofício, os negócios, brevemente. O que a desconsertava era o impedimento que era exercido pelo Antigo Regime em relação à mobilidade social, logo sua ascensão era retida.
Assim como a parte esclarecida da nobreza, os burgueses mais cultos pensavam em transformar a sociedade. Então, tem-se o início de uma aliança com os opositores da aristocracia. Dessa forma, a burguesia volta o olhar para si e enxergasse como uma classe passando a se influir com o jogo político, que era anteriormente exercido somente pelos nobres.
Contudo, isso não significava uma decadência da nobreza; eram responsáveis pelo “curso marítimo”, pelas indústrias, pela metalurgia etc., ou seja, continuavam a enriquecer. Na nobreza era “onde cultura e capitalismo se encontravam mais que entre os burgueses”. No entanto não houve uma investida por parte desse grupo para que se houvesse uma tentativa de dar consistência a uma hierarquia tradicional.