Revolução Federalista
João Carlos Moreira
O autor, em sua monografia, estuda o soldado conscrito do Exército de Marechal Floriano Peixoto na época da Revolução Federalista (1893-1894). Este estudo está baseado nas memórias de combatentes e os tempos que antecederam a República. Faz também uma comparação com a história oficial e os heróis mitificados para corroborar suas pesquisas, mostrando que os historiadores que nos apresentaram a Revolução Federalista foram alimentados por símbolos e rituais que glorificava de maneira fantasiosa certos ideais, demonstrado, por exemplo, na frase onde o comportamento das tropas são “ardorosos defensores de ideologias e idealismos ardorosamente encarnados”. Examinando as fontes, o autor demonstra que a historiografia não se alinha com a história memorialista e seus heróis, pois vemos que o soldado não era um “voluntário da Pátria” e que via com ressalvas o Exército e até mesmo dele fugia. Existiam sim voluntários, houve sim heróis, mais muitos comportamentos e ideais foram mitificados. O autor começa com uma visão da situação política e o jogo de interesses que havia antes da Revolução Federalista. A Federação e a Carta Constitucional de 1891 buscavam uma nova ordem política no Brasil, onde o poder girava em torno dos Estados e nestes diversos grupos buscavam interesses particulares. No exército, houve uma divisão entre leais a Deodoro e outros com a bancada paulista do Congresso e Floriano. Também os Positivistas buscavam uma centralização do poder. Deodoro encontrou dificuldades quando nomeou juntas para administrar cada unidade da federação, pois muitas facções não concordaram. Também a economia não era vista com bons olhos, pois havia muita corrupção e a tendência centralizadora de Deodoro tornou seu governo impraticável. Quando o Marechal Floriano Peixoto assume o poder em 23/11/1891 e afasta os que apoiavam Deodoro