revolução dos bichos

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Capítulo VI Durante o ano inteiro os bichos trabalharam feito escravos. Mas trabalhavam felizes; não mediam esforços ou sacrifícios, cientes de que tudo quanto fizessem reverteria em benefício deles próprios. E não em proveito de um bando de preguiçosos e aproveitadores seres humanos. Por toda a primavera e o verão, enfrentaram uma semana de sessenta horas de trabalho e, em agosto, Napoleão fez saber que haveria trabalho também nos domingos à tarde. Esse trabalho era estritamente voluntário, porém o bicho que não aceitasse, teria sua ração diminuída pela metade. A construção do moinho de vento apresentou dificuldades imprevistas. O problema que os animais não conseguiram resolver, de início, foi o de quebrar as perdas do tamanho desejado. Somente após semanas de trabalho em vão, foi que acorreu a alguém a ideia certa – aproveitar a gravidade. (p. 47)

No fim do verão já haviam acumulado um bom estoque de pedras e começou a construção sobre a direção dos porcos. Nada se teria feito sem Sansão, cuja força parecia igual a todos os outros bichos juntos. Quando a pedra começava a escorrer e os animais gritavam de desespero, ao se verem arrastados colina abaixo, era sempre Sansão que retesava os cabos e continha a pedra. Seus dois lemas “trabalharei mais ainda” e “Napoleão tem sempre razão”. Os bichos não passaram muito mal aquele inverno, malgrado a dureza do trabalho. Se não dispunham de mais alimentos do que no tempo do Jones, também não tinham menos. Certas tarefas, como, por exemplo, a limpeza de ervas daninhas, podiam ser realizadas com uma perfeição impossível aos seres humanos. (p. 48)

Houve falta de óleo de parafina, de pregos, de corda, de biscoitos para os cachorros e de ferraduras para os cavalos, coisas que não podias ser fabricadas na granja. Mais tarde, faltaram também sementes a adubo artificial, além de vários tipos de ferramentas e, finalmente, a maquinaria para o moinho de vento. Um domingo de

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