Revolução dos bichos
As prisões do continente são palco frequente de uma "violação sistemática" dos direitos humanos, com problemas crônicos como superlotação, falta de serviços básicos e corrupção, afirmou nesta quinta-feira a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Após "décadas de negligência do problema carcerário por parte dos sucessivos governos (...) e da apatia das sociedades", nas prisões da região imperam "a arbitrariedade, a corrupção e a violência", segundo o primeiro informe divulgado pela CIDH sobre o estado das prisões.
A Comissão, órgão independente da Organização dos Estados Americanos (OEA), advertiu que, quando as prisões não recebem a atenção nem os recursos necessários, "se convertem em escolas de delinquência e comportamento antissocial, que propiciam a reincidência em vez da reabilitação".
O fato de que os presos estão em "uma situação de especial vulnerabilidade, somado à frequente falta de políticas públicas a respeito, significa frequentemente que as condições nas quais estas pessoas são mantidas se caracterizam pela violação sistemática de seus direitos humanos", disse.
Mas o problema mais grave continua sendo a superlotação, que afeta a "absoluta maioria dos países da região".
Os altos índices de violência carcerária são preocupantes, disse a CIDH, que destacou o caso da Venezuela, onde os níveis são "alarmantes", com 1.865 mortos e 4.358 feridos por motins, brigas e tumultos entre 2005 e 2009.
Mas a Comissão lembrou que denunciou também atos graves de violência desde 2004 em outros países, como Brasil, El Salvador, República Dominicana, Guatemala, Honduras, Argentina e México.
A utilização da tortura é empregada com fins de investigação criminal em países como México, Paraguai, Equador e Brasil, embora o "exemplo paradigmático" na região seja a prisão americana de Guantánamo, na ilha de Cuba
Austeridade coloca direitos humanos em perigo
Comissário europeu afirma que austeridade