Revolução Chinesa
Após a conquista do poder em 1949, a participação na Guerra da Coreia e o sucesso do 1º Plano Quinquenal (1953-1957), o líder chinês Mao Tsé-tung lançou o Grande Salto para Frente (1958-1962), um programa de profundas reformas cujo objetivo era acelerar a marcha para o comunismo.
Um das criações do Grande Salto foram as Comunas Populares. Elas iriam substituir as antigas cooperativas de produção agrícola, buscando suprimir os últimos resquícios de propriedade privada. As Comunas reuniam cerca de 20 mil a 30 mil pessoas, criando uma unidade social, agrícola, industrial, administrativa, cultural, médica e militar. Eram administradas por um Comitê Central que controlava a produção e organizava as Brigadas de Trabalho.
Essa alteração da direção dos caminhos da revolução deslocava o centro dos investimentos do Estado para o campo e não mais para as indústrias de base localizadas nas cidades. Um dos objetivos era unir a produção agrícola e industrial, ao instalar equipamentos industriais em áreas rurais. Dessa forma, o Grande Salto pretendia superar a divisão entre campo e cidade, instituída pelo capitalismo desde sua gênese.
Mas para alguns historiadores, como Lincoln Secco e José Mao Júnior, a política do Grande Salto visava a uma transformação muito mais cultural que meramente econômica da população chinesa. O objetivo era incentivar as massas populares a tomarem a iniciativa na condução de alguns aspectos da vida social, mas evidentemente com limites impostos pelo Estado.
Com o incentivo à participação popular, Mao pretendia contrabalancear o poder da burocracia partidária e estatal, incentivando a produção cultural, como o estímulo à escrita de contos e poesias por pessoas semiletradas; criar uma defesa militar popular; proporcionar a participação da mulher no mercado de trabalho, criando condições para o abandono de alguns trabalhos domésticos com a centralização desse tipo de trabalho em lavanderias e cozinhas coletivas e com a criação de