REVOLUCAO

CENÁRIO DA REVOLUÇÃO – SALVADOR, CIDADE REBELDE
Salvador de 1835 abrigou um dos maiores movimentos rebeldes da época do império. Embora a economia de exportação estivesse no Recôncavo o meio urbano na cidade, palco da revolta, ofereceu as condições ideias para a organização dos rebeldes. Eram escravos africanos e libertos que forneciam infra-estrutura e material. As casas dos libertos serviam de ponto para reunião, como também depósitos de armas e esconderijos de escravos fugidos.
Esses escravos eram especializados em vários ramos de atividades no meio urbano, como por exemplo: carpinteiros, artesão, entre outros sem contar que eles tinham um aparato religioso servindo de apoio na figura dos lideres.
A sociedade que se favorecia da mão de obra escrava e da produção que eles forneciam criou-se uma dependência desses para com aqueles tentando mudar a ordem social já estabelecida pelo homem branco, senhores de engenho.
Os escravos e libertos percebiam que se tivessem o apoio dos outros escravos que estavam no Recôncavo, pois lá é que se concentrava uma população escrava de grande proporção, poderia existir a possibilidade de se estruturar uma nova sociedade onde se tornariam independente dos seus senhores, porém isso não ocorreu.
A autonomia do “negro de ganho”, em ralação aos negros africanos nagôs, é diferente, pois esse trabalhava duro para completar sua subsistência e juntar para pagar sua carta de alforria, única esperança para se tornar um trabalhador independente. Esse era um dos motivos das diferenças que surgiram entres os negros que viviam no meio urbano e no recôncavo resultando em tensões. De um lado os escravos africanos e libertos queriam mudar o sistema, por que contavam com uma realidade já bem estruturada culturalmente, por outro lado os “crioulos” que estavam inseridos desde cedo em um sistema do homem branco com alguns privilégios nada muito significativo, não totalmente econômicos, mas pelo fato que as condições de vida que levavam não os