Revolu O Francesa

Em 1789, a França vivia no quadro do que se chamou depois o Antigo Regime, o momento pré-revolução. A sociedade conservava-se de essência aristocrática; tinha por fundamento o privilégio do nascimento e da riqueza proprietária. Porém, esta estrutura tradicional encontrava-se minada pela evolução da economia que aumentava a importância da riqueza mobiliária e o poderio da burguesia.
A situação econômica da França era crítica. A maioria da renda vinha da agricultura, onde as técnicas eram atrasadas em relação ao consumo dos outros países. Dos 26 milhões de habitantes – o que tornou a França um dos países mais populosos da época-, 20 milhões vivia no campo em condições de vida extremamente precárias. Uma parte dos camponeses estava ainda sob o regime de servidão.
Um comerciante, para transportar suas mercadorias de um lado para outro do país, teria que passar pelas barreiras alfandegárias das propriedades feudais, pagando altíssimos impostos, o que impedia os comerciantes de venderem livremente suas mercadorias.
A situação da indústria francesa era precária, pois parte dela ainda estava sob o sistema rural e doméstico, e as corporações impediam o desenvolvimento de novas técnicas. Assim, o governo francês assinou o seguinte tratado com o governo inglês: os franceses venderiam vinhos para os ingleses, e estes venderiam panos para os franceses, sem pagar impostos, o que levou as manufaturas francesas a não suportarem a concorrência dos tecidos ingleses, entrando numa grave crise. A sociedade francesa era dividida, na época, por Estados:
O Primeiro Estado era representado pela a Igreja. O clero francês, como assim foi chamado, se dividia em baixo e alto clero. O alto clero era composto por elementos vindos das ricas famílias da nobreza que se tornavam cardeais, bispos, arcebispos e abades. Acumulava riquezas por meio de suas numerosas propriedades-cerca de 20% das terras da França eram apenas da Igreja-, e da cobrança do dízimo, um imposto que recaía sobre as colheitas